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Por que não somos bons em avaliar os riscos da COVID-19 (e todos os outros)?


Publicado em 06 Julho de 2020

À medida que a epidemia do COVID-19 evolui no país, e alguns estados e cidades passam a pensar e iniciar a reabertura das economias e estabelecimentos, começamos a pensar no quanto cuidadosos devemos ser.

O problema é que humanos não são muito bons em avaliar os riscos que correm. De acordo com a pesquisadora Marie Helweg-Larsen, da cadeira de psicologia da Universidade de Dickinson, são muitos os fatores psicológicos que influenciam nossa percepção de riscos. Descrevo abaixo alguns apontados por ela.

www.paneraiswissclone.info

Imagem de um local com muita chuva e um óculos refletindo na lente um dia ensolarado.

Somos otimistas

Segundo a pesquisadora, essa é uma constatação bem estabelecida na psicologia. As pessoas acham que seus riscos são menores que os riscos das outras pessoas.

Esse viés explica o motivo de aceitarmos fazer ações sabidamente danosas à nós, como fumar ou comer embutidos, que estão comprovadamente relacionados com câncer de pulmão e de colón, respectivamente.

A pesquisadora afirma que esse fenômeno é encontrado em todas as culturas, mas é mais evidente em sociedades com maior grau de individualidade, como a americana.

Carro em alta velocidade.

Falso Senso de Controle

As pessoas que acham que tem mais controles sobre uma situação estão menos preocupadas com ela. Isso é o motivo de pensarmos que é mais seguro viajar de carro que de avião. Apesar de, estatisticamente, o carro ser muito mais perigoso (leia um pouco sobre isso aqui).

Por isso, apesar de sabermos que usar máscara e manter a higiene são meios eficientes de diminuir os riscos de contaminação do COVID-19, não podemos negligenciar que o distanciamento social ainda é a chave para a prevenção da disseminação da doença.

Crianças saindo calmamente da escola durante um simulado.

Cultura Prevencionista

Começamos a aprender sobre riscos desde criança, quando nossos pais nos ensinam que não devemos mexer no fogão, por exemplo. Contudo, em especial, nos países em desenvolvimento, a cultura prevencionista não é desenvolvida. Em muitos países, é comum, por exemplo, as escolas fazerem simulados de evacuação com as crianças (bem pequenas), ou instalarem em cada casa sensor e alarme de fumaça. Eles aprendem e mantém uma cultura prevencionista ao longo de toda a vida. E isso desenvolve a percepção de risco.

Quando falamos da COVID-19, a situação é mais grave. Além do desconhecimento científico, flagramos autoridades e especialistas divergindo sobre as ações que devemos adotar.

Aranha grande na mão de uma pessoa.

Terapia de Exposição

A terapia de exposição é um tratamento comum para pacientes com fobias. Ela se baseia no enfrentamento do medo em pequenas doses. Por exemplo, um paciente com medo de cachorros visitar eventualmente um petshop.

Estamos nos acostumando a conviver com a COVID-19. Isso baixa a guarda. O medo que tínhamos em março, quando a pandemia foi declarada, era maior do que a que temos hoje. Apesar de, contraditoriamente, o nível de contaminação estar crescendo em muitas regiões.

Por isso, apesar do desejo de voltar a tocar a vida normalmente, precisamos sempre avaliar o risco da exposição que estaremos sujeito e considerar todas as alternativas viáveis.

Você concorda com esses fatores? Como podemos manter a percepção de riscos em nível elevado? Compartilhe suas experiências.

Publicado por André Rocha
Engenheiro Ambiental e Segurança do Trabalho | MEng Gestão de Riscos e Prevenção de Desastres


Fonte: linkedin.com

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